A Escócia sempre foi um sonho para mim. Ainda mais porque morei e trabalhei durante muitos anos em Londres e, acreditem: nunca tinha ido à terra dos puros maltes e dos salmões selvagens. Fui e amei!
Ainda mais porque pude testemunhar com com meus próprios olhos o que já tinha lido: há muitos milhões de anos, quando a terra ainda era um imenso continente, Canadá e Escócia eram um único pedaço de terra. Pude ver e sentir nas Highlands (terras altas), clima e paisagens muito semelhantes àquelas que vi no Canadá! Mas vi e conheci muito mais nesta terra de gente hospitaleira, organizada e “desencanada”! Edimburgo, a capital, tem vida e magia próprias. Muito – eu disse muito – diferente de Londres! Há algo no ar que deixa tudo mais relax, mais gostoso, mais hospitaleiro que a capital inglesa. Impossível chegar à Edimburgo e não notar, imediatamente, a onipresença do Edinburgh Castle pairando sobre a cidade! Visita imperdível, memorável! Tente chegar na hora em que o canhoneiro oficial dá seus tirinhos!
Dica: vá de trem, se estiver partindo de Londres. De avião, só se você vier de outra capital europeia, como Paris, Roma ou Madrid, por exemplo. Minha dica é: não alugue carro! Além da mão invertida, os alugueis são caros, os estacionamentos são difíceis, as estradinhas são pequenas e você perde muito da bela paisagem. De resto, aproveite a culinária local que oferece o que há de mais fresco e saboroso em toda a Grã-Bretanha. Já pensou em salmão defumado com puro malte? Sim. Combina. E muito!
O ideal é ficar uma semana. Mas se tiver apenas poucos dias, três são o mínimo necessário. Assim, conseguirá conhecer bem a capital, Edimburgo nos dois primeiros e, no último, se atirar na terras altas, visitar os famosos locks e ficar arrepiado com a grandiosidade selvagem de Glen Coe, o ponto mais alto do país. E não se assuste se o motorista do táxi ou o recepcionista do hotel lhe disser: tenham um bom dia e espero que encontrem Néssi”... Ele estará se referindo ao monstro do Lago Ness (Lock Ness), carinhosamente apelidado por lá de Néssi!
É uma delícia! Apesar do frio (se for inverno), para mim é a melhor forma de conhecer a capital escocesa. Além de ser baratinho, o hop-on, hop-off, como é conhecido, tem vários trajetos e saídas praticamente o tempo todo. Passa nos principais lugares e pontos turísticos de Edimburgo com a vantagem de poder embarcar e desembarcar em qualquer ponto quantas vezes quiser.
Dica 1: No inverno escurece muito cedo, a partir das quatro e pouco da tarde. Portanto tente pegar os ônibus assim que amanhecer. No inverno isso ocorre por volta das nove e pouco da manhã.
Dica 2 : São três linhas, de cores diferentes (amarela, verde e azul), que fazem trajetos semelhantes porém diferentes entre si. Se tiver pouco tempo, pegue a linha verde, que eu considero a mais completa e “bacanuda”.
Todo mundo que eu conheço resolve visitar a Escócia pelos seus maltes, uísques únicos e castelo de Edimburgo. Está certo. Tanto o malte quanto o castelo são fantásticos (apesar da Escócia oferecer muito, muito mais). Então, programe-se. Tente visitar o castelo em um dia mais cinza, tipo chuvoso. Convenhamos: isso para Escócia é muito comum. Então, reserve, no mínimo, meio dia para conhecer este ícone onipresente em Edimburgo. São mais de 900 anos de história entre guerras, construções e destruições. Há muito que fazer lá em cima.
Dica 1: é o melhor ponto para clicar Edimburgo do alto
Dica 2: Procure estar no castelo no horário das 13 horas. Diariamente, neste horário, o canhoneiro oficial dispara um tiro digamos, turístico. Para vídeo é sensacional.
Dica 3: No verão as filas para comprar os tkts de entrada podem ser imensas. Previna-se e tente comprar os ingressos antecipadamente online.
Dica 4: Preços oficiais, horários, etc, aqui
Para saber mais, acesse: www.edinburghcastle.gov.uk
Fundado como monastério em 1128, o palácio de Hollyroodhouse é a residência oficial da rainha Elizabeth II, do Reino Unido,quando ela está na Escócia. Só isso já seria motivo para visitar. No entanto, o lugar tem muita história pois boa parte dos reis e rainhas da Grã Bretanha – e Escócia, claro – moraram aqui. Percorra suas galerias, seus jardins e conheça um pouco mais deste lugar histórico.
Dica : o ingresso, que dá direito a visita o palácio e a Galeria da Rainha (The Queen’s Gallery) , tem um áudio guia gratuito incluído.
Para saber mais, acesse: https://www.royalcollection.org.uk/visit/palace-of-holyroodhouse
Não tem discussão. Não tem alternativa. Não tem perdão. Ir até Edimburgo e não visitar as terras altas, ou Highlands, é imperdoável! IMPERDOÁVEL! Por todos os motivos.
É um lugar único! É o celeiro de alimentos da Grã Bretanha. É o lugar onde se faz o melhor malte uísque do mundo.
Tem paisagens únicas não somente no Reino Unido, como em todo o mundo.
Sabia que há milhões de anos, quando a terra ainda era um imenso continente, Canadá e Escócia eram um único pedaço de planeta? E é nas Highlands que isso fica dramaticamente claro, visível. Isso sem falar nas belíssimas paisagens dos lochs, ou lagos, como são conhecidos os lagos da região.
Lembra do monstro de Loch Ness? Sim, é o mesmo: o monstro do lago Ness! E o que falar de Glen Coe, o ponto mais alto de todo o Reino Unido? Pois bem, mesmo que você fique somente três dias em Edimburgo, tire um dia para fazer esse passeio inesquecível! Sim: é possível e é imprescindível.
Dica 1: Há muita oferta de passeios de um dia conhecendo diversas regiões das highlands. Eu fiz um que adorei com a Rabbie`s Tours. Foi um dia de passeio saindo cedinho e retornando por volta das nove da noite para Edimburgo. O que fiz tinha Loch Ness, Glen Coe e as Highlands. Acredite: vale a pena!
Dica 2: Certifique-se de que o passeio de barco no Lago Ness está incluído. Se não estiver, pague por ele, no escritório da agência, antes de sair.
Dica 3: A Rabbies foi escolhida várias vezes como a melhor companhia para pequenos tours pela Escócia. De fato, eles tem vans em excelentes condições onde não viajam mais de 14 pessoas. São extremamente profissionais e confiáveis mas, nem por isso, mais caros que os outros. E ainda por cima, você vai ouvindo música gaélica típica... Um show!
Dica 4: Apesar de parar em diversos pontos, com bares e locais para comprar sandubas, leve algo de seu agrado, tipo salgadinhos, barra de cereais, um bolo, uma garrafa de malte...
Para saber mais, acesse: https://www.rabbies.com/en
Que tal tomar cerveja artesanal na terra dos melhores maltes do mundo? A Innis & Gunn Beer Kitchen é um lugar show.
Tem ares de bar misturado com restaurante. O happy hour é badalado e suas mesas disputadas. Quem não tem reserva, arrisca suas cadeiras no balcão.
No quesito cervejas os caras são muito bons também. Uma boa variedade e produzida ali mesmo. Eu, como adoro Indian Pale Ale, ou IPA, provei várias e #superindico.
Relativamente próximo ao centro histórico, a Innis & Gunn Beer Kitchen é uma cervejaria que vive cheia. Sinal de que seus produtos – alcóolicos ou não – são de boa qualidade.
Eu provei a tradicional “Shepperds pie", a famosa torta dos pastores de ovelhas. Simples e deliciosa: uma camada de purê de batatas, outra de carne moída de cordeiro e outra de purê de batatas. Grelha nela e vai para a mesa fumegando. Confort food para os dias frios de Edimburgo.
Se não gostar de cerveja não tem problema. Eles têm maltes, é claro. E também tem gin, tem vinhos. Ou seja tem opções para todos os paladores de quem aprecia bebida.
Dica 1: As cervejas artesanas podem ser engarrafadas ou chopp. It is up to you! Depende de você.
Dica 2 : Muitas cervejas são sazonais. Surgem no inverno e desaparecem no verão. Frescas, normalmente não pasteurizadas, valem o preço! Totalmente carnudas e saborosas. Nada a ver com as industrializadas que você conhece. Mesmo que sejam do Reino Unido!
Ba' Bar. O que dizer de um restaurante e bar com este nome? Sensacional. Imperdível! Simples, porém sofisticado.
Provei aqui talvez as melhores vieiras que já experimentei na vida. Frescas e suculentas. Elas vieram na companhia de aspargos verdes frescos e pancetta crocante quente. Detalhe: segundo a lenda, as vieiras são pescadas à mão!
Fica dentro do hotel The Dunstane Houses. Simpaticíssimo, o viajado maître Daniel Welsh ficará feliz em lhe atender.
Isso sem falar no divertido e bem abastecido bar, onde você, obviamente, vai começar seu jantar.
O legal é que o lugar tem dois espaços separados, porém juntos. Isso mesmo! Bar, de um lado, e restaurante, de outro. A divisão é apenas um aparador. Mas é possível só beber no restaurante ou comer no bar. O importante é não deixar de ir.
Dica 1: Faça reserva porque o lugar vive lotado.
Dica 2: Peça um Old Fashioned com malte local e black walnut! É simplesmente divino. Não sabe do que se trata? Peça ao Daniel para ele explica direitinho! Salut!
Encravado no centro histórico de Edimburgo, The Elephant House, é um gourmet tea & coffee shop. Diria uma casa de chá e cafés gourmet. Tem jeito de pub e cara de cafeteria ou seria cafeteria com cara de pub. Você pode escolher. Abriu as portas em 1995. O que é considerado pouquíssimo tempo por aqui. Entrou para a lista dos top lugares famosos por ser frequentado por diversos escritores que se tornaram famosos.
O mais conhecido deles para nós brasileiros na verdade é uma escritora: JK Rowling, autora do fenômeno mundial Harry Potter. Ela foi assídua frequentadora até se tornar muito conhecida. Na minha curta estadia em Edimburgo, eu particularmente não fui, mas tenho boas indicações de muita gente conhecida que foi e gostou. Se quiser tomar um bom café arábica ou se for um fã de Harry Potter, este é o seu lugar em Edimburgo.
A Room in the West End. Achou o nome estranho? Confesso que também achei. Nos dias que estive em Edimburgo esse lugar acabou ficando fora do roteiro por absoluta falta de tempo. Mas consultei gourmets de plantão e todos foram unânimes em dizer que o lugar vale a pena.
Na verdade não é um pub, nem é um restaurante. Diríamos que se trata de um bistrô escocês que fica – acreditem – em um subsolo. O lugar é pequeno, porém, segundo minhas fontes, versátil. O cardápio enxuto tem um pouquinho de tudo escocês de qualidade. Já na entrada tem um mural onde, todo o dia, o cardápio é escrito a mão. Produtos locais e frescos. somente 60 pessoas sentadas)
Dica: preços absolutamente razoáveis. Eu disse razoáveis em se tratando de Escócia e com a conta chegando em libras esterlinas, hein? Um para cinco, em média. Ou seja, ou uma libra vale cerca de cinco reais!
De fato porque, além de estar totalmente restaurado, o atendimento é supervisionado pela própria dona, Shirley Mowat. Ela e o marido, um empresário de Londres, se cansaram do estresse e da agitação da capital inglesa e investiram em hotelaria de alto nível.
Minha suíte tinha uma belíssima banheira dentro do quarto.
Tendência forte na Escócia e em toda a Grã Bretanha, a banheira não foi o maior motivo para eu adorar minha estadia no Dunstane.
O atendimento de todos, o welcome drink, que pode ser repetido todos os dias se quiser, o restaurante, enfim, tudo me cativou.
Me senti em casa nesta propriedade construída em 1852 e restaurada quarto a quarto pelos proprietários.
Dica 1: Se for de carro tem estacionamento incluído na diária.
Dica 2: Wi Fi free e de excelente qualidade.
Dica 3: Não perca o jantar no restaurante no Ba' bar. Divino!
Como ir até a Escócia e não comprar ao menos uma garrafinha de malt whisky (ou uísque malte)? Ele está por todos os cantos, em todas as lojas. Escolha um de uma das regiões produtoras e traga em sua mala. Vale o sacrifício.
Mas atenção: saiba que o uísque na Reino Unido é bem mais caro do que em qualquer duty free! Sim, isso mesmo. É que os impostos sobre álcool sobem progressivamente. Quanto maior a graduação alcoólica mais caro! Mas vale o gosto de comprar uma boa garrafa exclusiva que só existe nessas bandas. #ficaadica
Dica 1 : Se você gosta de puro malte, escolha uma das dezenas de marcas que não existem no Brasil.
Dica 2 : Eu adoro o Talisker e dificilmente você o encontrará no Brasil.
Dica 3: As garrafas à venda no Reino Unido tem 750 mililitros e não um litro. Garrafas de um litro, em geral são encontradas apenas no duty free.
Cinco curiosidades sobre o uísque escocês:
Existem mais de cem destilarias de uísque na Escócia espalhadas em cinco regiões.
O setor gera aproximadamente 40 mil empregos.
E movimenta algo em torno de 5 bilhões de libras esterlinas na economia do Reino Unido.
Maio é considerado o mês do Whisky na Escócia porque reúne os principais festivais e eventos relacionados à bebida.
Você sabe a diferença entre um Single Malt e um Whisky blended? O single malt é um uísque que é produzido a partir de uma mistura de grãos maltados (em geral cevada) e destilado num único local e envelhecidos por, no mínimo, três anos em barris de carvalho. Já o blended é um tipo de uísque que pode ser feito com uma mistura de uísques de grãos e uísques de malte, produzidas em destilarias diferentes. Em geral, são feitos de grãos de cereais de centeio, milho ou trigo. Fonte: Scotch Whisky Association
Afinal de contas a Escócia produz uma das melhores lãs do mundo. Por todos os lados você vai encontrar bons produtos, de qualidade.
Tem luvas, cachecóis, casacos, meias, calças, agasalhos etc. Mas evite as lojas muito turísticas.
Com um pouco de paciência, você pode encontrar produtos de altíssima qualidade bem mais em conta do que similiares vendidos em lojas de grande movimento.
Também fique de olho nas etiquetas, pois há muitas peças que têm poliéster e outros produtos misturados à lã.
Dica 1: Se você for no inverno, seguramente vai precisar de um bom cachecol ou um par de luvas. Compre e já saia da loja usando!
Dica 2: Rende um excelente presente se precisa levar algo para a família ou aquele amigo que nunca se esquece de você nas viagens.